Um caminhoneiro que sobreviveu a um acidente envolvendo dois caminhões, na BR-277, em Candói, na região central do Paraná, afirmou que viu um dos carros do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen) fazendo ultrapassagem em local proibido.
O motorista do outro caminhão morreu no acidente, que foi registrado na terça-feira (4). O caminhoneiro que sobreviveu recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva e falou com exclusividade com uma equipe da RPC.
A Polícia Civil investiga se agentes do Deppen que dirigiam os carros causaram o acidente. Após a batida, as duas carretas pegaram fogo. Adelmar Penteado sofreu ferimentos e foi levado para um hospital de Guarapuava, depois do acidente. O caminhoneiro seguia sentido Cascavel, enquanto o caminhão conduzido por um motorista paraguaio estava no sentido contrário. Segundo Penteado, a viatura fez a ultrapassagem em um trecho de curva.
"Tinha duas viaturas, uma estava atrás da carreta e a outra estava apodando. As duas, acho que passaram, não vi. Fugiram", disse. O motorista paraguaio que morreu se chamava Angel Marcelo Carreras Gimenez e tinha 24 anos. O corpo do caminhoneiro foi enterrado no Paraguai, na quinta-feira (6).
Na terça-feira, o Departamento Penal do Paraná informou que abriu um procedimento interno para apurar o caso e negou envolvimento dos agentes com o acidente. Depois que os agentes passaram a ser investigados, o g1 e a RPC pediram um novo posicionamento, mas não obteve resposta.
De acordo com o delegado Bruno Maciozek, o inquérito policial instaurado apura os crimes de homicídio culposo, lesão corporal culposa, omissão de socorro e afastamento de local do crime. Os suspeitos foram ouvidos no fim da tarde de terça e liberados.
Para a polícia, há indícios de que houve culpa dos servidores do Deppen, que transitavam pela rodovia em duas viaturas. Eles são de Cascavel, no oeste do estado, e realizavam transporte de pelo menos três presos para Curitiba.
Ainda na terça, testemunhas disseram que as viaturas foram responsáveis pelo acidente. Um dos depoimentos foi de um motorista paraguaio, amigo de Angel, que também dirigia uma carreta à frente do amigo.
A Polícia Civil disse, também, que se for comprovada a culpa dos agentes penais, eles serão indiciados e será repassada a cópia do inquérito para apuração administrativa do Deppen.
(Fonte: G1 Paraná)